As imagens em preto e branco transmitidas à época são também sentidas hoje pelos amantes do futebol, que amanheceram em um dia sem cor. Campeão do mundo em 1966, Gordon Banks não saiu vencedor em uma luta, desde 2015, contra um câncer renal. Não se tem a certeza se esta foi a causa exata de sua morte, mas o fato é que houve interferência direta na sua saúde, levando-o à morte aos 81 anos.
Apesar do triunfo mundial em 66, o goleiro é marcado por um lance memorável, que certamente todo mundo já viu pelo menos uma vez. Na Copa do Mundo de 1970, disputada no México, a Inglaterra de Gordon Banks enfrentou a poderosa seleção brasileira, ainda pela fase de grupos. Em lance de ataque canarinho, Pelé subiu mais alto que a defesa inglesa e cabeceou forte para baixo. Banks fez uma defesa antológica, considerada a "defesa do século", ficando marcado na história. Naquela ocasião, o Brasil venceu os ingleses por 1 a 0, gol marcado por Jairzinho.
Por sua elasticidade e rapidez debaixo da meta, Gordon Banks foi nomeado pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) como o segundo melhor goleiro do século XX, atrás apenas do russo Lev Yashin.
Falando sobre o lance da Copa de 70, Pelé e Banks têm memórias distintas do momento. "Eles não vão se lembrar de mim por ter vencido a Copa do Mundo. Será para essa defesa", disse Banks em 2017. Pelé, por sua vez, falou sobre a surpresa ao lembrar que aquela bola não entrou. "Desde o momento em que cabeceei, tive a certeza de que tinha entrado. Eu já havia começado a pular para comemorar o gol. Então olhei para trás e não acreditei que não tivesse entrado."
Marcado na história da seleção inglesa, Banks defende as camisas do Chesterfield - clube que o revelou-, Leicester City, Stoke City (todos ingleses), Cleveland Stokers (EUA), Hellenic (JAM), Fort Lauderlade Strikers (EUA) e St. Patrick's Athletic (IRL). Os momentos gigantes deste ícone do futebol estarão sempre presentes no baú do esporte. Não só a grande defesa contra o maior jogador de todos os tempos, não só a participação direta na única conquista da Inglaterra em Copas, mas pela habilidade natural que o tornou uma lenda.
Por: José Roberto Coutinho
Foto: Reprodução
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